Janeiro 31, 2006 às 7:23 pm | Publicado em Astronomia | Deixe um comentário
O Rui Barbosa (sempre atento) mandou-me um comentário em relação ao meu post sobre o Challanger. Os reparos que faz têm razão de ser.
Só um comentário ao post no teu blog sobre o desastre do Challenger. Na realidade o Challenger não explodiu e é essa é uma concepção errada que ficou do acidente.
R- Reconheço que existe essa concepção, embora nestas coisas o nosso comentário seja sempre genérico.
O vaivém espacial Challenger foi destruido aos 73 segundos de voo pelas forças aerodinâmicas resultantes da expansão dos gases originados pela falha estrutural do tanque exterior de combustível líquido.
R- Concordo contigo embora durante esta fase se tenha registado também no nariz da própria nave a explosão do combustível de bordo. Mas de facto foi a pressão aerodinâmica exercida sobre a estrutura da nave que a partiu em vários bocados.
Uma concepção errada que ficou do acidente foi a de que o vaivém teria explodido, o que não é verdade. Da mesma forma não é verdade dizer que os sete astronautas morreram a quando da destruição do tanque. Na realidade a expansão dos gases que levou à destruição do Challenger em milhares de destroços, terá resultado na perda de pressurização da cabina onde se encontrava a tripulação que possivelmente terá ficado insconsciente.
No entanto é sabido que alguns sistemas de suporte de vida foram activados o que leva a supor que alguns tripulantes teriam estado conscientes logo após a destruição do tanque ou na queda para o Oceano Atlântico. O acidente ocorre a uma altitude de 14 km e a cabine da tripulação atinge os 19,8 km de altitude antes de iniciar a queda para o mar que dura 2 minutos e 45 segundos. Todas as investigações indicam que a tripulação se encontra viva na altura em que se dá o impacto nas águas do Atlântico a uma velocidade de 3222 km/h. Com a despressurização os sete astronautas teriam dificuldade em respirar e segundo o relatório da Comissão Rogers que investigou o acidente, a tripulação “…possivelmente, mas sem haver uma certeza, terá perdido a consciência”. O impacto nas águas do mar resulta numa desaceleração de 200 g, esmagando a estrutura da cabina e destruindo tudo no seu interior. A cabina do Challenger pode ter sido suficientemente forte para não sofrer qualquer despressurização. No entanto caso a tripulação tenha perdido a consciência não se sabe se os astronautas poderiam ter readquirido a consciência á medida que a atmosfera se tornava mais espessa durante os últimos segundos da queda.
R- Calcula-se que sim, que a tripulação estivesse viva, mas inconsciente no momento do choque com a água a 3214 km/h. Portanto, terão morrido devido ao choque com o oceano.
Janeiro 30, 2006 às 5:15 pm | Publicado em Astronomia | 3 comentários
Já passaram 20 anos. Já passou muito tempo, mas nunca mais se esquece aquele final de dia de Janeiro e do Challanger a explodir numa bola de fogo. Parecia incrível que aquilo estivesse acontecer. A imagem era chocante, mas ao mesmo tempo inesquecível. Momentos após a explosão, um SRB descontrolado abandonava a bola de fogo com o motor ainda a queimar e os directores da missão assistiam a tudo pelos ecrãs horrorizados. É um dia que nunca mais se esquece.

Os vaivéns da NASA já tinham cumprido na altura 24 missões no espaço com uma série de êxitos e nada fazia prever que aquela tragédia pudesse acontecer. Mas aconteceu e a NASA precisou de dois anos para voltar a voar. Mas em Setembro de 88, o Discovery lá voltou ao espaço cumprindo o seu destino. Os vaivéns continuaram assim a voar cumprindo as missões para que tinham sido concebidos. Mas são coisas que ficam na memória. Não esperava era voltar a ver mais do mesmo. E o Columbia veio lembrar que o espaço continua a ser uma aventura arriscada. Foi também num dia frio de Inverno. Num dia de Sol, num dia de luz fria.
Algum tempo depois do acidente, comprei um livro sobre o
Challanger do
David Shayler. Só aí percebi o que tinha acontecido. Sim, porque naquele tempo não havia internet.